Minha primeira viagem de trem para conhecer cidades e lugares, não foi minha primeira viagem de trem.
A primeira vez que andei de trem e me lembro, foi com minha família. Eu deveria ter uns oito anos. Não lembro bem quantos anos tinha. Meu pai trabalhava na Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM) que fazia parte da Viação Férrea Centro Oeste (VFCO) e Rede Mineira de Viação (RMV), e quando entrava de férias tinha direito a passe livre. Não só ele, mas toda a família podia andar de trem durante as férias de meu pai, de graça. E podia ir para qualquer cidade por onde o trem passasse. Assim, nosso presente de férias era viajar de trem. Mas o presente mesmo, para nós que ainda éramos crianças, era o destino.
Somos uma família grande. Vinte pessoas. Dezoito filhos e meus pais. Assim, as viagens de trem ficavam muito mais divertidas pra gente e um sufoco para meus pais. Todos os anos, desde que me lembro, a gente viajava de trem nas férias do meu pai, para a capital.
O que a gente queria fazer quando chegava na capital era passar pelo túnel que ligava a Estação Ferroviária até a Estação Rodoviária, ou próximo a ela, não me lembro bem. Passar por este túnel era o nosso presente. E não havia presente melhor no mundo que fazer esta travessia por este túnel mágico, por assim dizer.
O que a gente queria fazer quando chegava na capital era passar pelo túnel que ligava a Estação Ferroviária até a Estação Rodoviária, ou próximo a ela, não me lembro bem. Passar por este túnel era o nosso presente. E não havia presente melhor no mundo que fazer esta travessia por este túnel mágico, por assim dizer.
Isto porque da Estação do Trem a gente podia ver a Estação Rodoviária. E entre as duas estações tinham largas avenidas com inúmeros carros passando. Chegar no outro lado, na Estação Rodoviária e de lá ver a Estação de Trem, sem entender direito como fizemos aquilo, sem passar pelas avenidas que as separavam, era mágico. Para nós que ainda éramos crianças e não tinha ideia de como funcionava um túnel, tínhamos certeza que o túnel era mágico. E este era o melhor presente do mundo.
Depois que a gente chegava na Estação Rodoviária, a gente lanchava e voltava para a Estação do Trem. E passar pelo túnel na volta era meio amedrontador, isto porque nossos irmãos mais velhos ficavam dizendo que o túnel poderia levar a gente para outro lugar e não na Estação de Trem. E de onde a gente nunca mais poderia voltar. Assim, nós que ainda eramos crianças, não desgrudava de nossos pais durante toda a travessia do túnel, para não correr o risco de sair em outro lugar e sozinho. Mas sempre voltamos para a Estação de Trem.
Era hora de ir pra casa. Na capital mesmo a gente ficava uma hora aproximadamente. Era só O tempo de o trem estar pronto para voltar para minha cidade. A viagem de trem de minha cidade até a capital, e a volta, era surpreendente. Conto sobre ela em outra postagem. Por agora fica nosso presente de férias. Passar pelo túnel mágico que não se podia explicar.
Quando o chefe da Estação gritava que era hora de embarcar, porque o trem já iria sair, a gente dava uma última olhada para a Estação Rodoviária como quem estivesse se despedindo e dizendo um até o próximo ano. E este presente de passar pelo túnel mágico durou poucos anos. Primeiro porque a ferrovia acabou com o Passe Livre, e pagar uma viagem de trem para todos nós não era possível. Segundo porque meu pai comprou uma bicicleta.
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