Uma das viagens de trem para ir pescar com meu pai e que eu nunca fiz foi para Velho da Taipa.
Velho da Taipa eh um destes lugarzinhos de Minas que existiram porque construíram uma estação lá. E a estação de Velho da Taipa ainda está inteira. Meu pai embarcava no trem aqui na nossa cidade, ia até Azurita, um pequeno lugar que pertence a cidade de Mateus Leme. Azurita era uma das estações onde a gente parava quando ia em nossa viagem de férias para a capital Belo Horizonte, para passar no túnel. Lembram?
Só que em Azurita meu pai pegava outro trem em direção a cidade de Pitangui e Conceição do Pará e outras cidades. Ele descia em Velho da Taipa. De lá seguia com os amigos e seu irmão para o Rio Pará, onde pescavam e traziam muitos peixes. Sempre ouvi meu pai falar em ir pescar no Velho da Taipa, e sempre imaginei ser um homem muito velho que deveria ter um lugar de pescar.
O lugar tem este nome de Velho da Taipa porque quem desbravou o lugar onde hoje eh a cidade de Pitangui, primeiramente, foi um bandeirante chamado Antônio Rodrigues Velho. Ele construiu sua casa quase que no meio do nada, por volta de 1.709, toda de taipa. Daí o nome da estação da ferrovia, que foi para homenageá-lo. A casa que ele construiu esta preservada em Pitangui e pode ser visitada. Dizem ser a primeira casa construída na cidade.
Saída de Azurita para Velho da Taipa
Eu por muito tempo, muito mesmo não sabia que tinha uma ramal saindo de Azurita para outras partes das Minas Gerais. Sempre imaginei que a linha ia de Belo Horizonte, passava por Divinópolis e ia até Brasília.
São tantas cidades que a Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM) passava que a gente nem consegue imaginar porque deixaram de andar com os trens por estas estradas de ferro. O que foi uma pena.
Casa do Velho da Taipa em Pitangui / MG
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